Em uma noite que parecia escrita por um roteirista caprichoso, o Bahia venceu o Palmeiras por 1 a 0, no Allianz Parque, pela sexta rodada do Brasileirão. E não foi qualquer vitória: foi a primeira vez que o Tricolor de Aço saiu com os três pontos do estádio palmeirense. Um jogo de xadrez entre Abel Ferreira e Rogério Ceni, resolvido nos acréscimos com uma cavadinha de Kayky, digna de poesia tática — ou, pelo menos, de uma crônica bem-humorada sobre o futebol que tanto amamos.
O JOGO: QUEM DISSE QUE 0 A 0 É SEM GRAÇA?
Palmeiras e Bahia fizeram um daqueles duelos que agradam aos puristas do futebol: jogo equilibrado, troca de domínio e um tabuleiro tático digno de um campeonato mundial de xadrez.
O Palmeiras começou controlando a posse de bola, explorando as pontas e abusando dos cruzamentos — parecia até aqueles dias em que você repete a mesma jogada esperando que, em algum momento, o algoritmo do futebol resolva recompensar. Mas a defesa baiana, alta e bem postada, segurou firme.
Do outro lado, o Bahia apostava na velocidade de Erick Pulga e Ademir. Enquanto Caio Alexandre distribuía passes que cortavam a marcação como um bisturi bem afiado, o Tricolor encontrava espaços nas costas da zaga palmeirense.
A primeira etapa foi lá e cá: o Palmeiras assustou com lançamentos longos; o Bahia respondeu com cruzamentos rasteiros. Nada de gols, mas muito de estratégia.
SEGUNDO TEMPO: TROCA DE PEÇAS, MUDANÇA DE JOGO
Se o primeiro tempo foi de estudo, o segundo foi de ação. Abel Ferreira mexeu no time com as entradas de Estêvão e Vitor Roque, buscando mais velocidade e profundidade. Estêvão, inclusive, chamou o jogo desde o primeiro toque na bola — parecia ansioso para mudar a história.
Mas Rogério Ceni, estrategista como poucos, respondeu à altura com três mudanças para reforçar o meio-campo. E foi ali que o jogo virou um verdadeiro duelo de treinadores, com trocas de peças e ajustes táticos em busca do espaço ideal.
No fim, quando a partida caminhava para aquele empate "honroso", brilhou a estrela de Kayky. Aos 47 minutos, ele tabelou com Cauly, invadiu a área e, com uma cavadinha de quem tem calma para escolher o melhor caminho, encobriu Weverton. Gol histórico! Gol de quem soube esperar o momento certo para dar um xeque-mate no Verdão.
HISTÓRIA FEITA NO ALLIANZ PARQUE
Essa foi a primeira vitória do Bahia no Allianz Parque após seis jogos (cinco derrotas e um empate até então). O Tricolor de Aço, que havia sofrido 14 gols e marcado apenas quatro no estádio alviverde, finalmente quebrou o tabu e somou o seu quinto gol em solo palmeirense — aquele que, com certeza, ficará marcado na memória do torcedor.
COMO FICA A TABELA?
Com a derrota, o Palmeiras perde a liderança para o Flamengo e agora se prepara para encarar o Vasco, em São Januário, no próximo domingo, às 16h. Já o Bahia escala posições importantes na tabela, estacionando na sétima colocação e deixando a parte de baixo para trás. O próximo compromisso do Tricolor será na Arena Fonte Nova, no sábado, às 21h, contra o Botafogo.
OLHOS NA COPA DO BRASIL
As equipes também têm compromissos importantes pela Copa do Brasil no meio da semana:
-
Bahia enfrenta o Paysandu, em Belém, na quarta-feira, às 21h30.
-
Palmeiras encara o Ceará, na Arena Castelão, às 19h30.
O QUE FICA?
Um jogo de xadrez resolvido com a paciência de Ceni, a coragem de Kayky e a frieza de quem sabe que, no futebol, às vezes é preciso esperar até o último minuto para mexer na peça certa.
Enquanto o Palmeiras reflete sobre a derrota em sua fortaleza, o Bahia celebra seu feito histórico.