Se Isaac Newton fosse colorado, teria passado a tarde de sábado no Beira-Rio, aplaudindo de pé.
O Internacional resolveu ganhar do Juventude com aquilo que mais respeita a física: a bola subia nos escanteios e, como manda a gravidade, caía na cabeça dos atacantes. Gol, gol e... gol.
E tudo isso embalado pela batuta de Alan Patrick, que deve ter feito curso intensivo de Maestro com João Carlos Martins nas horas vagas.
Juventude assusta cedo: Batalla, o raio que não veio duas vezes
Antes que a pipoca estourasse toda, o Juventude tratou de pregar um susto.
Com três minutos — três! — Gilberto fez o lançamento da vida e Batalla, com frieza de pinguim em dia nublado, tocou para o gol.
1 a 0 para o Juventude e um silêncio no Beira-Rio que nem final de novela da Globo teria causado.
A torcida do Inter, que já tinha ensaiado aquele "vamo, vamo Inter", teve que guardar o grito no bolso junto com a carteira.
Alan Patrick abre a escola de escanteios: matrícula obrigatória
Mas aí, meu amigo, começou o show do Professor Alan Patrick.
Com a precisão de um cirurgião operando em câmera lenta, ele cruzou duas bolas de escanteio do mesmo jeitinho: pelo lado esquerdo, com curva venenosa, na medida.
-
Primeira cobrança: Victor Gabriel subiu como se tivesse molas na chuteira. Gol!
-
Segunda cobrança: Victor Gabriel subiu de novo, como se fosse replay. Gol!
Se tivesse mais um escanteio, Victor Gabriel já podia pedir música no Domingão.
(E, convenhamos, ia escolher um pagode romântico, porque de cabeça ele tá apaixonado pela bola.)
O VAR, o terror dos empolgados
No meio do samba, o VAR resolveu lembrar que existe.
O Inter até pediu pênalti num toque no braço de Valencia, mas o árbitro, depois de uma longa meditação diante da tela, resolveu negar.
E o Beira-Rio aprendeu a nova filosofia do futebol moderno: "não é porque você viu que você vai ter".
Segundo tempo: mudam os personagens, o roteiro continua
Veio o segundo tempo, e o Juventude tentou mudar o enredo. Tirou um zagueiro, botou outro.
Resultado? Mudou nada.
Alan Patrick, como um roteirista teimoso, mandou mais um escanteio idêntico.
Só que dessa vez quem subiu foi Borré, colombiano elegante, que cabeceou e fez o terceiro.
Se fosse baile de formatura, Alan Patrick era o DJ tocando a mesma música — e todo mundo dançando feliz.
O VAR volta para atrapalhar a festa
Ainda teve gol do Ronaldo? Teve. Mas o bandeira, aquele primo do VAR, levantou a bandeira como quem diz: "aqui não, campeão".
E, para coroar a tarde, Wesley ainda tentou diminuir, mas Gustavo — goleiro do Juventude — fez uma defesa cinematográfica, daquelas que só passam no Oscar da Série A.
Tabela: o Inter sobe na vida, o Juventude reza pra parar de chover escanteio
Com a vitória, o Internacional deu um salto tipo "olímpico sincronizado" e pulou para a quinta colocação, com nove pontos.
O Juventude? Estacionou nos sete e caiu para 10º.
Tomara que, até o próximo jogo, descubram como marcar escanteios sem precisar rezar.
Próximos capítulos: já tem roteiro pronto
-
Internacional: Na terça-feira (Copa do Brasil), recebe o Maracanã-CE no Beira-Rio.
Depois, sábado, vai visitar o Corinthians na Neo Química Arena. -
Juventude: Só volta dia 5 de maio, em casa, contra o Atlético-MG.
Dá tempo até de fazer retiro espiritual para melhorar a marcação aérea.
Moral da história: quem cruza bem, voa mais alto
Se o futebol é um teatro, Alan Patrick ontem foi o iluminador: clareou o caminho para três gols.
E como diria o saudoso Jô Soares, com um sorriso de canto de boca:
"Futebol é tão imprevisível... que até repetir a mesma jogada três vezes vira estratégia!"